terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Causa


Causa


Você é o meu silêncio
Meu dia
E minha noite
Minha paz e minha guerra
Minha indiferença
Minha angústia
Meu desespero
Minha gargalhada de sábado á tarde
Minha implicância de irmão mais velho
Você é a causa
E a minha cura
Mas não é meu porto seguro, luz no fim do túnel, metáfora eterna.

Bruta flor do querer


BRUTA FLOR DO QUERER

Eu quero que você beije minha boca
Até me anular o fôlego
Eu quero que você me toque
eu quero que você me aperte
Eu quero teus olhos-querer
Eu quero que você beije meus úberes
com essa boca-desejo
Eu quero q você me abrace até eu repousar frouxa, murcha, farta,
Morta de cansaço
Eu quero ouvir você
Eu quero sentir você
Eu quero devaneios
Quero-te até perder o recado
E querendo-te
Vejo razão transformar-se em sentimento.

SOBRE INCALCULABILIDADES E SURPRESAS



Sobre incalculabilidades e surpresas

Era seguro. Sabia aproveitar a vida. Teve tempo para escolher o futuro. Tinha agora um bom emprego, a oportunidade de conhecer cidades diferentes em seu país, mas não sabia o que era a saudade. A namorada, que o amava tanto, fonte de sua segurança, estava sempre a sua espera. Portanto, não precisava da saudade. O que amava era a liberdade. Ah... como amava a liberdade! Não entendia de barcos, mas sentia-se como um marinheiro: tinha a quem enviar cartas e um amor em cada porto. Conhecia muitas cidades em seu país. E sabia-se feliz assim. Só que se esqueceu do destino. Este, irmão mais novo do acaso, que vive pregando peças. E ele era seguro. Seguro de si, seguro das escolhas que fez e seguro, muito seguro de que não era desses, feitos para amar. Mas esqueceu-se, verdadeiramente, do destino. Que, por acaso, o pôs muitas vezes a voltar á cidade aonde chegou menino, recém-jogado á vida e saiu homem administrador de seu fado. E, por acaso, ali entrou em sintonia com uma bela. Acreditava, sem pretensões, ser mais um amor de porto. Travessuras do destino á parte, a cada vez que voltava á sua segunda cidade (a primeira era onde morava; a segunda, onde amava), feito onda de rádio, sintonizava- se à sua bela. Já a chamava de sua, já a apresentara aos velhos amigos do lugar onde amava, estava seguro. Não era desses, feitos para o sentimento. E sabia-se feliz assim. Principalmente por que previa que se os olhos não veem o coração não sente. Ainda tinha quem recebesse as suas cartas. Dizia a quem o caçoasse: “não duro mais um ano, ainda me verá casado com ela!" E como amava a liberdade! No entanto, não contava com o tempo. Este, que intensifica os sentimentos ou os dispersa, conforme a sua vontade.  Verdadeiramente, não contava.  Tanto que o tempo resolveu testar sua força. Não era seguro? Fê-lo apaixonar-se por sua bela. E ele, seguro, entregou-se ás delícias da paixão qual um adolescente. Não era desses.  Tinha o controle de seu fado. Era bom, sentir-se vivo. Sabia aproveitar a vida. E como era amado!
Ainda que tivesse se esquecido do destino, esse resolveu lembrá-lo de que, quanto mais alto o degrau, maior a queda. Achou que era muito amado, o invejoso destino. Resolveu tirar- lhe um pouco de amor, entregar a quem estivesse mais desprovido. Sabia que ele conhecia muitas cidades. Então, tirou de onde ele tinha mais amor, de onde mais lhe sobrava. Agiu. Quando sua bela ignorou- o, ele, controlador de sua sorte, sem sentimentalidades, amante da liberdade, enxergou-se com os olhos marejados. Sentiu seu coração partir. Ele, que tinha tanto medo do amor, tanto medo de sofrer por amor, que esquivou do amor o quanto pôde, viu-se apaixonado e com o coração partido. Não tem quem partilhe sua dor. Não pode perder a receptora de suas cartas. Já disse que irá se casar com ela. Não pode perdê-la. Acha que a ama. E, calado, implora para que o tempo decida o fazer esquecer de sua bela surpresa. Sabia: era bom, sentir-se vivo.


Sombra


sombra

não gosto das árvores á noite.
nesta penumbra
sem luar
se arredondam
se retorcem, se triangulam
se distorcem
a cada estrela que passa
aos lentos passos meus
são tartarugas
leões
pássaros á leve brisa
ou o seu rosto?




sou míope.

Sou assim que eu sou


sou assim que eu sou


me arrisquei e me chamaram de louca.
me expus e me chamaram de irresponsável.
ri alto e me tiraram a credibilidade.
 dancei na rua e me chamaram a polícia.
pulei e retiraram o chão.
cantei e me taparam a boca.
sou assim que eu sou o que se vê
pulo sem chão pra aparar
rio sem teatro pra acompanhar
danço sem música pra justificar
sinto sem medo de ridicularizar
abraço o perigo sem saber onde vou chegar
eu amo
grito o teu nome
que venha a polícia, Deus e
o diabo pra duvidar.

Cegueira


cegueira


para ficar contigo
não vi seus defeitos
não vi sua inconsistência
ignorei teu jeito inconsequente
turrão
vejo só (todas) as vezes
em que você me tira um sorriso.

Sugestão

Sugestão



ah se eu soubesse dançar
sem ninguém perceber
 ah se eu pudesse gritar
quando encontrar você
ah se eu pudesse saber
quando você vai voltar
ah se eu pudesse entender
como consegui te amar
ah se eu pudesse dizer
tudo que o  destino calou
 ah se eu pudesse fazer
o que o tempo não deixou
 ah se eu pudesse
 mas eu não posso.

Pensamento


Pensamento

Pensamento,doce momento
Hora de não se ver nem daí nem por lá
Hora de encontrar coisa que não se busca
Pedrada que pega na nuca
Flagelo que nos atinge de cor diferente que tinge o pensamento
Fora daqui
Fora de si
Fora de mim
Indo indo indo á toa
Canção que ecoa longe, longe e foge o pensamento
Perfeito dueto
Pessoa em movimento navegando numa canoa
Espelho numa lagoa
Querer voltar por lar perdido em alto mar
Bar, o luar, amar voar
rolar rolar rolar
bater em algum lugar e acordar sem saber sequer a hora
 que não quer cessar
o pensamento.

Maxilares

Maxilares




Meus maxilares sofrem. Tenho por hábito, mantê - los tencionados por coisas que nem eu mesma descobri suas razões de ser. Assim, sem sentir, sem sentido, eles ficam tensionados, presenteando-me com leves dores de cabeça - não só pelos segredos que ainda não sei; muito mais pelos que já descobri e ainda não achei um caminho para ultrapassá-los. Pelo visto ainda tem muitas coisas a serem feitas. As grandes, já foram. Tenho medida. Falho sempre nas pequenas. Nessas, de dar um telefonema para comunicar o imprevisto. De dar um boa tarde caprichado, de deixar outros olhos pousarem nos meus e enxergarem o que se passa. Nessas, de cuidar de mim e de quem está perto. Nessas, de dizer não. Eu, coração ansioso, sempre sofri mais do que devia. Pela carta que não veio, pelo plano que falhou, pela resposta que não achei, pelo futuro que bambeou, pelo que não fiz, pelo que tenho de fazer, pelo que está fora de meu alcance, pelo que não depende da minha vontade, pela confiança que tenho que reconstruir, pelas pessoas que tive que deixar passar, pelas pessoas que vou ter que deixar passar, pelas pessoas que ainda irei conhecer. Pelas pessoas que eu não sabia que iria encontrar quando saí. Pelas reações inesperadas. Pelo ciúme que sinto. Por minhas dúvidas. Por não saber o que se passa naquele coração. Por achar que não mereço confiança. Por me achar confiante demais. Por querer muito ouvir, mas temer as respostas que virão. Por não entender. Por ter tanto medo. Por tudo o que quis dizer e não pude, por tudo que quero dizer e não devo, por tudo que não posso sentir. Pelo que sinto, pelo que não sinto, pelo que quero e pelo que não quero. Por querer muito e fazer pouco. Por ter de fazer muito pra conseguir o pouco que quero. Por ter que lutar todos os dias para ter a coragem de confiar que eu sou capaz sim de mudar o que tiver que mudar, e aceitar o que não posso melhorar e ser feliz, ficar bem, do jeito que Deus quiser e que o diabo duvidar. Coitados dos meus maxilares.

Distrações


Distrações

Ela estava no balcão do bar. Despretensiosa.  Tomando tranquila, sua água de coco, com a cabeça desprovida de pensamentos. Apenas observava. Ficou intrigada com os malabarismos do barman, com a cor esquisita do chão, com os parafusos do banco ao lado, quase soltos. Antes de concluir o único pensamento que lhe veio, ”seria engraçado se aqueles parafusos se soltassem quando alguém se ...”, ela o viu entrando no bar.
Viu- o  e reparou que mais ninguém ali o notara. Ainda sem pensar em nada, o observou. Rosto comum, corpo comum, roupas...
Gostara de seus tênis. Gostava de rapazes que usavam aquele tipo masculino, “ sapatênis”; como dizem por aí. E ele estava com um livro na mão.
“ Um homem num bar com um livro?” ela pensou. Achou graça...e terminou sua água de coco.
Pediu um drinque.
Saiu sem que ele a notasse. Direcionou-se ao ponto de ônibus. A ponto de descer perto de sua casa...uma coincidência: o homem do livro estava no mesmo ônibus, e só agora percebera!  Ele já a olhava há algum tempo. A troca de olhares foi intensa. Aqueles olhos castanhos a deixaram sem fôlego. Desceram juntos. Ele apenas seguia aqueles olhos verdes. Não se deu conta que descera no ponto errado. Ela não sabia bem onde estava, não conseguia tirar seus olhos daqueles olhos castanhos por detrás da armação grossa dos óculos de nerd. Sentiu os braços firmes daquele homem comum se entre passarem  por sua cintura. Seu corpo amoleceu,  o que o fez a segurar mais forte. Foi o beijo mais quente que ela  já trocara. Ele tocou suavemente seus lábios, demoradamente. Sentiu sua boceta ficar úmida, imediatamente. Ela o pegou pela mão e começaram a caminhar. Ele não conseguia tirar os olhos de seu corpo. Sua boca desenhada, seus seios redondos e fartos. Tinha cintura fina, quadris largos. Só conseguia pensar em vê-la nua, o mais depressa possível. Se não tivesse tanto medo de ser preso, a possuiria ali mesmo, no meio da rua. Tais pensamentos o fizeram ficar excitado. Quando se deu conta, estavam no apartamento daquela belíssima estranha, e não fazia ideia de como chegara ali. Entraram. Se entreolharam. Os olhos verdes daquela moça penetraram em sua alma, como se adivinhasse todos os seus desejos. Ela não sabia quanto tempo passara olhando aqueles intrigantes olhos castanhos. Por impulso, ou curiosidade, tirou-lhe os óculos. Viu-o enrubescer.  Sorriu. Tinha descoberto seu ponto fraco.
Era o sorriso mais sexy que ele já vira. E ficou ainda mais exitado.
Parados, na sala, ele aproximou-se devagar. Ficou próximo a ponto de sentir sua respiração no rosto dela. Não tiraram seus olhos um do outro um instante sequer. Olhavam-se e sentiam o calor de seus corpos aumentarem a cada segundo.
Brutalmente, ele lhe agarrou a nuca, num beijo ardente. Ela sentiu o corpo estremecer, agarrou-lhe os braços, as costas, os cabelos. Ele enlaçou-a pela cintura, comprimindo o delicado corpo dela contra o seu. Sentiu o volume dos seus seios contra seu peito. Sentiu seus quadris largos, e ousadamente acariciou seus quadris, procurando tocá-los, medi-los, para  saber  em qual posição iria possuí-la.  Ela sentiu seus toques,  tirou sua camisa. Que bela surpresa teve. Não, não era nenhum modelo de revista. Mas era um belo corpo aos olhos dela. Seu peitoral magro, braços fortes, um charme o elástico da cueca aparecendo.  Teve a sensação que aquele corpo todo era só dela. Sorriu um sorriso safado, revelando seus pensamentos mais sombrios. Ele desviou o olhar e viu o sofá. Começou a encaminhá-los naquela direção. Quando percebeu a intenção do rapaz, agarrou-o pelos braços e o jogou no sofá. Parou na sua frente. E devagar...muito devagar...tirou o blazer... botão por botão....desabotoou o camisete... apoiou as duas mãos na mesa de centro...ficando de quatro para o rapaz, pediu para que ele abrisse o zíper de sua saia...conseguiu levantar antes que ele alcançasse sua cintura, e aquele reflexo fez com que sentisse a adrenalina pulsando em todo o seu corpo...divertia-se com a expressão de expectativa estampada naquele rosto comum, de barba mal feita.
De expectativa, passou a fúria. Num susto, viu-se tendo a calcinha rasgada e o sutiã arrancado em um único movimento. Avançou contra o rapaz, tentava desabotoar-lhe o cinto furiosamente. Abriu sua calça jeans, puxou-a pelos pés, fê-lo ficar tão nu quanto ela estava, pararam. Ela de pé, estática. Ele no sofá, com um sorriso maroto,a  observava. Quis dizer alguma coisa. Mesmo não tendo um corpo perfeito,  foi incapaz de pronunciar qualquer palavra diante de tamanha beleza.  Aproximou-se. Começou a beijar sua boca. Beijou suavemente sua bochecha, orelha, nuca. Suas mãos exploravam encantadas seus seios fartos, redondos, macios.  Beijou-lhe um seio, chupou vorazmente o outro.  Segurando-a pela cintura, beijou cada centímetro de seu corpo: tórax, barriga, virilha...e observava-a estremecer a cada beijo. Intrigava-o vê -la sem emitir som sequer. Ajoelhou-se, colocou uma das pernas dela  em seu ombro, e começou a beijar-lhe a boceta, delicadamente. Abriu-a com as mãos, procurando seu ponto mais delicado, e lambeu-o. Ouviu-a  pela primeira vez: estava gozando. Excitado com o êxito da moça, começou a chupá-la, alternando a velocidade , até ouvi-la gozando novamente. Ela tirara a perna de seu ombro e ajoelhara-se também. Agarrou o pau do rapaz, viu-o fechar os olhos, e engoliu-o. Chupava-o, chupava-o, divertia-se, excitava-se vendo-o ir á loucura. Ele a levantou e colocou-a em seu colo, ali mesmo, no chão da sala daquele apartamento desconhecido. Chupou-lhe os seios, penetrou-a com seus dedos. Masturbando-a, beijaram-se. Longa e profundamente, trocaram inúmeros beijos enquanto ela também o masturbava.  De repente, ele segurou seus braços para trás, imobilizando-a. Tomada de medo,  sem reação, apenas esperou.  Ele continuava masturbando-a, insistente, o som de seu gozo era música para ele.  No auge de seu clímax, ele a penetrou com seu avantajado membro. Imobilizada, sentia- o dentro dela, em movimentos suaves...aquele corpo não denunciava tamanha força, pois ele a segurava com uma mão só, enquanto agarrava ferozmente seus seios com a outra.
Sentiu uma leve dor ao ser penetrada, nunca havia se defrontado com tamanha habilidade. Mas a dor a excitava, e desejou que ele nunca mais a soltasse. Como se lesse seus pensamentos, ele a segurou com mais força, e começou a meter  seu membro dentro dela com mais força. Ela sentiu um arrepio forte correr-lhe pelo corpo inteiro, e começou a rebolar em cima do pau do rapaz de braços fortes. Ele, surpreendido pela ousadia, se deixou tomar pelo prazer. Soltou-a, e ela saiu de seu colo brutalmente. Sentou no sofá e abriu as pernas, convidando-o.  De pé, ele a dominou novamente, desta vez com brutalidade. A fez gozar em poucos minutos, e colocou-a de quatro. Introduziu seu dedo no ânus da moça, extasiado. Ela, sem forças, não reagiu. Só queria que ele a possuísse. Sem retirar o dedo de seu ânus, penetrou sua boceta novamente, por trás, torturando-a. Ela só queria sentir aquela imensidão inteira em sua boceta,queria ser arrombada, queria que ele metesse aquele pau gostoso até q não aguentar mais. Já tinha gozado três vezes, que homem era aquele?
Ele metia devagar. Retirava todo seu membro, deixando só a cabecinha, para colocá-lo inteiro novamente. Devagar. Sentia seu tesão aumentar a cada movimento. Concentrava-se: “eu não vou gozar agora”,  “eu não vou gozar agora”, “que buceta deliciosa, apertadinha, quentinha...” “eu não vou gozar agora”.
Insaciável, ela começou a rebolar novamente, tornando os movimentos mais intensos. Ouviu aquele homem estranho gemer, o sentiu agarrar sua cintura, penetrando-a o mais fundo que conseguia e parou. Ofegante, levantou-a, sem retirar-lhe o membro. Agarrou seus seios, começou a masturbá-la, e voltou a meter seu pau em sua bocetinha, bruscamente.  Ela estava desconfortável, mas não disse palavra. Do jeito que estava conseguia ver o rosto daquele homem, e se divertiu com tamanha excitação, não sabia que era capaz de enlouquecer alguém aquele ponto. Sentiu-se poderosa, dominadora. Ele a pos de quatro novamente, ela o segurou, pararam. Sentada, o puxou pela cintura, começou a chupá-lo novamente. Ele segurou sua cabeça e meteu com força em sua boca, enquanto a via masturbar-se, apertar sua boceta, enfiar aqueles dedos delicados dentro dela, o que o fazia meter com mais velocidade, até que ela conseguiu colocar seu pau inteiro na boca. Ele olhava aquela cena sem acreditar no que via. Que mulher é essa?
A fez levantar e agarrou-a, penetrando-a de pé. Ela pôde olhá-lo nos olhos, aqueles olhos verdes dela eram hipnotizantes.   Ela sentia-o a segurar com firmeza, enquanto via o molejo incessante daqueles quadris levar  para outra dimensão. Ele sentou-se  no sofá ,sem parar de penetrá-la. Ela,  alcançando os pés no chão, começou a cavalgar naquele pau imenso, a seu bel prazer, olhando- o nos olhos, vendo-o delirar de prazer. Beijaram-se, beijaram-se ardentemente, ele não soltava seus seios. Agarrou o bico dos seus seios com os polegares e indicadores, e ela. indefesa, deixou. “faça o que quiser comigo, só não me tire daqui antes de gozar de novo” pensava. Viu que ele levantara um pouco os quadris, como se pedisse  que ela apenas rebolasse em seu pau. Obedeceu. Assim como o obedecera desde aquele olhar sem nexo, no ponto de ônibus. Só conseguia pensar  que queria que ele fizesse o que ele quisesse com ela. Era o efeito que aquele pau gostoso provocava. Deixava-a completamente entregue.
Já no extremo de suas forças, ele a agarrou, deitando-a no sofá. De joelhos, a penetrava de frente, com o quadril dela em seu colo. Tomado por um frenesi incontrolável, metia, metia sem pensar em nada, apenas sentia mais e mais tesão, agarrava-lhe os seios, e beijava-a, a beijava em todos os lugares que alcançara, e metia, metia seu pau nela, sentindo seu corpo estremecer junto com o dela, via-a gozar, gozar loucamente, escutava-a gemer, vibrar com seu pau a arrombando, e metia, metia sem parar, até que viu seu corpo se transformar em uma bomba de tesão e gozou, gozou naquela boceta quente, aberta pelo próprio pau, gozou, e a agarrou, sem parar de meter, sem parar de chupar aqueles peitos maravilhosos, queria gozar ouvindo-a gemer ao pé do ouvido, queria que o mundo acabasse ali, queria morrer dentro daquela mulher da qual não sabia nada. Sabia apenas que tinha uma boceta incrível, e que ela sabia trepar como ninguém. Gozou até se achar vazio. Largaram-se. Ele, ainda em êxtase, sentou-se no chão, ofegante. Ela ainda contorcia-se de prazer no sofá. Sem saber se depois de longos minutos ou longas horas, ela levantou-se, recolheu as roupas dele, entregou-as a ele e abriu a porta. Ele não entendeu. Aliás, não tinha entendido nada até agora. “Depois dessa foda incrível, ela quer que eu vá embora? Tudo bem”  pensou consigo.  Vestiu a camiseta, e foi se encaminhando para a porta aberta, onde ela estava a observá-lo vestindo suas roupas. “Que loucura, eu aqui, nua, com a porta aberta. E se passa um vizinho?” Mas aquela não era uma hora para pudores. Com a roupa posta de qualquer jeito, ele parou na frente dela. Olharam-se. Não sabiam o que tinha acabado de acontecer, não sabiam muito bem onde estavam, não sabiam nada um sobre o outro. Ele só sabia que aqueles olhos verdes eram imas, e deu-lhe um beijo doce. Ela, ainda nua, o viu ajoelhar, sem entender. Entendeu quando ele começou a chupar sua boceta, fazendo a gozar novamente, despedindo-se. 

Curvas e tapetes


Curvas e tapetes

E essa Vida que adora me pregar peças. Travessa, essa moça. Pois sabe que não tenho alternativa se não vivê-la em cada um de seus momentos. Mesmo sabendo que essa travessa está lá, a espreita. Outro dia, me deu um amor. Não mais que de repente. Acredita? Disse: está desconfiando de quê? Não se preocupe, dou- te este presente por que eu gosto de você sim. Pode levar! É sério!
Como quase ficou ofendida com a minha primeira recusa, aceitei, de bom grado. E para mostrar como estava agradecida pelo presente, vivi.
Vivi cada novo sabor que o amor me trouxe : cada inveja, cada orgulho, cada ciúme,  cada confiança. Cada prazer, cada felicidade, cada carinho, cada cuidado, cada opinião, cada diferença. Cada olhar de devoção, cada olhar de paixão, cada olhar de amor correspondido, cada toque. Vivi- o todo, em cada canto, em todos os seus lados. Mas, não mais que de repente, essa travessa moça me chamou para uma conversa séria. Confesso, fiquei um pouco ansiosa. A vida é severa quando percebe que não se está indo por onde se deve, ou como Lhe convém. Mostrou-se preocupada com o meu bem estar. Porque gostava de mim sim. E, para meu próprio bem, levou o amor com Ela. Você precisa descobrir o que é a fé, disse. E apesar dos meus apelos, apesar de perguntar – Lhe incessantemente o que eu faria da minha vida sem o amor, Ela não se abalou. Levou-o. Repetiu que seria para o meu bem, que eu precisava aprender o que é o amor - próprio. Quando reergui-me, Ela me abraçou, orgulhosa. E achou que eu precisava de um pouco de descanso. Para lhe agradecer novamente, infinitamente vivi. Respirei sem sentir dor, fui ter com os meus. Confiei na fé que Ela me dera ao final de uma de suas lições.
Quis me deixar levar, mas Ela ressentiu-se. Você ainda não viu tudo, disse. Colocou-me no meio de incalculabilidades, apenas para que me surpreendesse com meus próprios sentimentos. Regojizou-se ao me ver a beira do desespero, com raiva por Ela me trazer aos olhos o que eu guardava à sete chaves. Veio com conversas para me dizer o quanto eu ainda estava me protegendo Dela. Veio com conversas para me convencer a guardar o meu orgulho. De que você tem medo, não cansava de me perguntar, de quê você tem medo?                     Gritei: não é da sua conta, Vida, não é!!                                        
Quando isso irá terminar? Perguntei sem sentir.                                   Ofendida, ela ainda não me respondeu. Anda desaparecida, essa moça. E eu um pouco decepcionada com Ela. Acredito que anda dando umas voltas por aí, para eu olhar para o lado, para o outro, para ver que existem problemas maiores que os meus, só para me provocar. Deve ter-se aborrecido quando percebi que em cada circunstância há um pensamento diferente do que se espera. Uma impressão, uma previsão errada. Uma aventura errante. Mas como a vida mesmo me sussurra sempre aos ouvidos, não há nada que não se resolva com calma, fé e pés gelados. 

Ciclo

Ciclo



Da água para o vinho!
Que passe...
Sem sentimentos, sem rosto, sem voz!
Mais que de repente, falar não machuca.
Olhar não cega.
Viver é a mais simples liberdade.
Pessoas são apenas pedaços do mundo
Pequenas lembranças
Somar, somar, somar, somar
Gritar aos 7 ventos
Pintar este rosto teatral até conquistar...
Outro coração??

PREÇO

ANTES, EU ERA INCERTEZA.
HOJE, SOU TENTATIVA.
ANTES EU ERA LIBERDADE.
HOJE SOU FUTURO.
ANTES EU ERA OPÇÃO.
HOJE, SOU IMPORTÂNCIA.
ANTES EU ERA DESCONFORTO...
HOJE SOU VAIDADE!
ANTES EU ERA O MUNDO.
HOJE SOU O MAIS PURO E SIMPLES EGOÍSMO.

ACASO

AOS OLHOS DELE
ME DERRAMA O ANSEIO
DO TEMPO QUE NÃO ABALA
DO ACASO QUE NOS CHAMA
AO QUE NÃO FOI COMBINADO
AO QUE NUNCA FOI CONSENTIDO
AO QUE O MEU CORPO NÃO RESISTE
E NUNCA RESISTIRÁ AOS SEUS OLHOS
ESSES OLHOS QUE ME DESPEM DE CANTO
DISCRETOS....
MEU CORPO TODO É SAUDADE
DO TEU DESEJO
TEU TOQUE
TEU BEIJO
"IREMOS TERMINAR ISSO", VOCÊ DISSE.
APENAS POR UM DESFALQUE DO DESTINO?
POIS QUE SEJA.
Apelo

Tempo, mano velho! Por onde andas?  Eu sei que ando assim sumida, desatenta aos seus chamados...antigos chamados...mas você me conhece bem; eu sou assim um tanto distraída.  Agora venha me dar o braço, me leve para mais um passeio em seu jardim, esqueça. Eu sinto que já me desculpou. Sente comigo naquele banco enferrujado...aquele, onde já refletimos sobre tantas...onde já tomamos tantas decisões e já pedimos, juntos, pro nosso velho amigo, o vento, que levasse com ele o que não fazia mais sentido e guardasse carinhosamente em seu baú de memórias. Assim, quando de vento virasse brisa leve (afinal, todo mundo varia o humor), sussurraria em meu ouvido uma breve história, para que eu nunca me esquecesse de onde vim. Espero. Tempo, mano velho, venha em meu socorro mais uma vez. Esqueça de nossa última briga, quando você me acelerou a vida e eu recusei, fui em valsa. Esqueça esse orgulho, eu já engoli o meu, não minta mais pra mim. Preciso de novo que chames o vento, tempo, grite por ele, grite! Esqueça esse orgulho, venha falar comigo, me diga como você está. Pois é o que te peço agora, acelere. Acelere o quanto quiser. Cedo de bom grado ao seu desejo. Só não se esqueça de levar consigo, quando passares correndo, essa pedra em que se transformou meu coração. Não sou mais uma sonhadora. E quando voltares, amado tempo, em valsas, o traga de volta - bento, pulsando, como coração de criança.